Joana, Lua, Benjamim, Hara & Mel
Joana, Lua e Benjamim
40, 5, 2
Produção de eventos
maquilhagem
Plasticina
Hara e Mel
11 anos
Buldog Francês
Rafeira
Porque se Chama Hara?
Para nos lembrarmos diariamente de estarmos centrados 😊.
Porque se chama mel?
Pela cor e porque é realmente um pote de mel!
Porque foram buscar a Hara?
Porque a minha cadela de 14 anos tinha acabado de morrer, tive cães sobre a minha total responsabilidade desde os 16 e a minha vida a partir desse momento sempre girou em torno delas (eram duas a Cuca e Bubas). Crescemos juntas e abrandamos juntas, foi um processo para mim, extremamente bonito apesar de no final triste e difícil, mas sempre grato.
Por fim a Bubas partiu… não sabia bem quem era sem cães, sem ouvir as suas patas atrás de mim, sem ir ao jardim, sem, sem, sem….uma parte de mim perdeu-se sem elas.
Decidi ir buscar a Hara a um criador em Sesimbra não procurava uma substituta, mas mais uma grande companheira.
Porque foram buscar a Mel?
A mel foi uma sorte, foi chamado o estar no sitio certo à hora certa, destino ou o que lhe queiramos chamar…. Alugamos uma casinha beira da estrada para a aberta a nova, em Melides e perto da nossa havia mais casinhas de locais.
Todos os dias víamos a Mel à distância, mas nunca nos chegamos perto porque achamos que podia fazer mal à Hara. Apesar de darmos sempre ração à Hara, vai-se lá saber porquê um dia no supermercado decidimos comprar uma lata, ainda por cima uma das grandes.
No último dia ainda tínhamos mais de metade da lata no frigorifico. Estávamos a arrumar as coisas, enquanto preparávamos o pequeno almoço e o farnel para um dia na lagoa de Santo André.
Nem pensei duas vezes, agarrei na lata e fui em direção à Mel para lhe dar os restos. O dono que estava à porta disse-me que ela não fazia mal. Quando me cheguei mais perto entrei em choque. Vi uma cadela praticamente decapitada, com um naco de carne viva que ia de um lado ao outro do pescoço, com partes já putrificadas, ela era pele e osso… a coleira entrou para dentro da pele de tal forma que não se via (apenas na parte de trás)… senti que ia vomitar e voltei para casa a chorar e a pedir ao Tomás que fosse ver com os próprios olhos, porque eu não tinha palavras para descrever a atrocidade que tinha visto….
Mal ele voltou começamos a ligar para vários contactos de pessoas que conhecemos que estão habituadas a lidar com maus-tratos e resgates de animais que nos orientaram na gestão do processo. Por sorte temos uma amiga veterinária (especialidade oftalmologia) a Cristina Seruca, que para além de excelente profissional, é uma pessoa incrível e que ia operar um papagaio na clínica de Carcavelos, comentou com o dono da Clinica que disse para a levarmos imediatamente a cadela que ele a operava e apenas cobrava os custos.
A partir dai começamos a montar um plano… pedimos a uns amigos nossos para apanharem a Hara, acabamos de fazer as malas, o Tomás foi falar com o dono a dizer que era veterinário e que a cadela estava muito mal se a podíamos levar para a tratarmos… ele hesitou porque a cadela era do filho e disso que tinha de ter o seu consentimento.
Carregamos o carro, apanhamos um bocado de fiambre (a achar que seria mesmo preciso ) e fomos ter com ela. Arrancamos um cano onde estava presa, tiramos a corrente (que teve de vir porque estava pegada à coleira que estava dentro do pescoço) e ela no mesmo segundo correu connosco para dentro do carro.
Arrancamos e nunca mais olhamos para trás…
O que a Hara/Mel mudou na nossa vida?
Acredito que os cães mudam a nossa vida, para melhor! A vida com eles tem outro sabor, pois temos mais amor, mais divertimento, mais trabalho, mais ar puro, mais natureza, mais jardins, conversas que nunca teríamos com desconhecidos e amizades improváveis que surgem de uma paixão comum!
Para além disto tudo, são excelentes mestres e cada um deles vem trazer-nos uma ou várias aprendizagens, num determinado período da nossa vida.
A Hara voltou-me a relembrar como a vida vale a pena viver e que depende de nós a forma como olhamos o mundo. Ensinou-nos também a estar atentos à nossa energia e a perceber o impacto brutal que ela tem em todos os que nos rodeiam.
A mel relembrou-nos da maldade, mas também da bondade quer dela, que apesar de todos os maus-tratos a que foi sujeita, sempre foi um verdadeiro amor, quer de todos os que nos ajudaram neste processo de adoção. Relembrou-nos da importância da gratidão, das segundas oportunidades e de como devemos ser capazes de deixar o passado para trás, vivendo mais no presente. Também que aquilo que podemos olhar como azar, pode na verdade ser sorte…..